quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Preciso me encontrar


Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
sorrir prá não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
sorrir prá não chorar...

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
sorrir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
sorrir prá não chorar...

Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir prá não chorar
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
sorrir prá não chorar...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Trechos

(...)
Mas sabe, esse lance da decepção tem um peso. Você, ao se decepcionar comigo, me fez sentir uma coisa estranha: sabe aquela coisa da desaprovação? Aquela coisa que senti a minha vida inteira, desde criança. Aquela inadequação. E aí vem de novo a coisa da inteligência. No meu caso funciona assim: "o que me alimenta, me destrói". A inteligência é o que tenho de "melhor", é o que mais me evidencia, segundo os outros. É o meu céu e o meu inferno. É como se eu tivesse que cumprir um papel, o papel da menina inteligente e diferente e descolada e íntegra e acima do bem e do mal, que não bate em animais, nem em crianças, que não tira notas baixas e também não trai, não é desleal e nem corrupta, não grita, não ataca, não se descontrola. Essa menina inteligente é, antes de mais nada, humana. E sendo humana, é passível de erros. As vezes eu decepciono os outros, as vezes eu me irrito, as vezes eu sou ignorante, as vezes eu grito e sapateio por tolices. A menina tão inteligente não se sente capaz de acreditar em deus e não consegue justificar por quê já deu palmadas no cachorro. Faltaram argumentos para o injustificável.
E aí que a vida é assim, não é? A gente se frustra por não conseguir ser aquilo que os outros querem e esperam que sejamos e também nos frustramos com os outros por não serem exatamente aquilo que queremos e esperamos.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

All i want



É, hoje o dia está chuvoso. Era essa frase que escrevia no caderninho de caligrafia quando era criança. Não fazia muita diferença a forma como os dias se apresentavam, criança não tem noção de tempo. O importante era poder brincar. A chuva era um empecilho somente porque minha mãe não deixava a gente “descer”. Sempre morei em apartamento e, para brincar, tínhamos que “descer”. Quando chovia, a gente brincava de “escritório”, dentro de casa mesmo, sem saber exatamente o que aquilo significava. Quando eu era criança queria me sentir importante, queria ajudar, queria entender. Crianças tem muita vontade de aprender, tem fome de vida.
E hoje o dia está chuvoso. Eu não preciso mais de autorização para sair. Eu posso sair por aí e “brincar” como uma adulta nostálgica. Na verdade é bem isso mesmo: a gente cresce, mas a criança interna está sempre lá, latente, esperando o momento certo para aparecer.
Os adultos nostálgicos se divertem com simuladores do ATARI, com festas e músicas dos anos 80, com fotos de brinquedos que brincavam há mais de duas décadas. Não tínhamos computadores domésticos, telefone era luxo, não tinha essa de ficar batendo papo por horas. Quando eu era criança, telefonava pra minha vó de um orelhão vermelho cujo funcionamento se dava através de fichas.
E o dia está chuvoso e cinza. A nostalgia me invade devagar, trazendo retalhos da minha infância, um tempo que não volta mais. Deve ser aquela “menina mimada” querendo aflorar, querendo se expressar, numa luta eterna com a “menina adulta” que me tornei.
A “menina mimada” não sapateia por querer um doce. A menina mimada bate o pé no chão porque se sente rejeitada, não que isso seja uma grande novidade, o que importa é “quem” a rejeita. A menina mimada não se conforma com o NÃO – ENE-A-Ó-TIL, NÃO. E se pergunta: “por quê não”? A rejeição é como um tiro de “sniper”, sempre certeiro. Desestrutura nossa frágil psiquê, que insiste em brincar conosco nos momentos mais impróprios.
A menina adulta não aprendeu a amar, não aprendeu que pessoas são só pessoas e que podem ser cruéis e amáveis de um minuto a outro, assim como os bipolares. Não aprendeu que quase tudo na vida é um jogo e que quem não sabe jogar fica no bolo do “morto”, assim “AD ETERNUM”, esperando por uma única cartada que seja.
Já não consigo mais sentir aquela sensação que os dias chuvosos e cinzas me traziam. Sentia um troço percorrer meu corpo toda vez que pegava o metrô pra encontrar com aquela menina, que aqui chamo de nº1. Eu era uma pessoa difícil, eu sei.
Tento me lembrar do sabor do “cafezinho” que tomávamos quase todas as tardes, com pão recheado sabor chocolate. Tento me lembrar do que sentia ao vê-la longe, me esperando. Tento me lembrar da sua energia e alegria, das suas roupas coloridas, da sua disposição e força de vontade. Tento me lembrar das vezes em que ficamos deitadas num colchão olhando as estrelas do teto do seu quarto, em plena tarde, no meio da semana. Lembro dos seus gatos, que adoravam ficar na minha cabeça quase me matando de alergia.
Ainda lembro das nossas “jam sessions”, guitarra e bateria, num volume ensurdecedor. Lembro que tocava violão pra vc dormir, tocava baixinho, sentada ao teu lado, velando teu sono. E ficava ali te olhando e me sentindo a menina mais feliz por ter alguém como vc. Era um amor poético, eu sei. E intenso. E erótico. E louco. E devastador. E como parecia ser de vidro, se quebrou. Depois daquele dia recolhi os cacos, feito um mendigo que fuça no lixo.
E depois de tanto tempo, percebo que a “menina mimada” insiste em me pregar peças. Insiste em me mostrar tola. Me desmascara, me expõe, mostra tudo aquilo que sempre lutei pra esconder.
Sempre pensei ser senhora de mim. Sempre achei que pudesse controlar tudo ao meu redor, inclusive as pessoas. Eis que a vida me afoga na minha própria tolice, numa poça rasa, daquelas que não matam, apenas assustam.
E a menina mimada insiste em se fazer cega. Reluta e se debate, como um peixe fora d’água, lutando por aquilo que o sustenta. Ah, se ele tivesse pernas!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Uma tarde em Santos

Hoje não estou muito inspirada. O fim de semana foi um pouco agitado, fui até Santos rever a Doroti. Santos! Ir pra lá sempre me traz lembranças. A rodoviária, o morro do Valongo, o IML, o túnel que antecede a Santa Casa, tudo me faz lembrar dele. Não é o tipo de lembrança que gosto de ter. São aquelas que ficam guardadas numa caixa empoeirada, no fundo da memória. Aquelas que a gente até prefere esquecer, mas não esquece. Passar por estes lugares me fez sentir de novo aquela sensação ruim de desamparo, um tróço estranho que corre pelo corpo, um calafrio.
 
E aí que a Doroti está morando perto de onde morava a tia Dora. Aquele lugar é um tanto familiar. Andar novamente entre os canais de Santos refrescou na minha mente imagens que estavam esquecidas. É minha memória me pregando peças.
 
Rever a Doroti me fez lembrar de muitas outras coisas, me fez lembrar de mim há dez anos atrás. Já não me reconheço mais, não como aquela menina tola e medrosa que eu era. Falar com ela depois de dez anos me fez sentir estranhamente "adulta". E aquele mito, aquela minha mania de endeusar as pessoas me pegou de calças curtas. É estranho quando as circunstâncias te obrigam a desconstruir imagens que criamos, pessoas que idealizamos. É estranho. É como uma criança que descobre que o papai noel é o seu próprio pai.
 
Dez anos depois e eu me sinto cheia de teorias e argumentos, capaz de refutar qualquer opinião, sem saber que nada sei, protegida atrás da muralha que eu mesma construí e me coloquei. Essa muralha agora passa a ser o meu maior problema, o meu maior inimigo, o meu maior obstáculo. Em dez anos fiz um muro alto, orgulhosa por ter posto tijolo a tijolo, sem perceber que o muro ficou fino e que se ventar muito ele balança.
 
Percebo que não tenho um problema, tenho vários problemas, eu sou um problema. Um teorema talvez. Nunca fui boa em matemática, então os teoremas pra mim são indecifráveis. Tão indecifráveis quanto os mistérios da vida, aqueles que são baseados mais em suposições do que em fatos. Então eu suponho quais são os meus problemas e me proponho a resolvê-los, assim como um macaco em cativeiro que, para pescar a banana dentro de uma caixa, precisa aprender a usar algumas ferramentas que estão no seu habitat.
 
Se o macaco não consegue pegar a banana usando as ferramentas, então ele parte pra força: bate na caixa, se machuca e se frustra, como se tivesse consciência da sua própria impotência, da sua insignificância. E então age como um "macaco mimado", gritando e sapateando, decepcionando aqueles que o observam, aqueles que esperavam mais dele.
 
Assim sou eu, "um macaco mimado", irracional aos olhos daqueles que não podem compreender a simplicidade de ser apenas um macaco. Acho que esgotei minha fonte de teorias.
 
A tarde de domingo foi como há muito não era: agradável. Fomos até o morro de Itararé, de onde saltam de "para-glider". A vista é de encher os olhos: a baía de Santos de um lado e a selva de pedra do outro. Ao longe, navios e pequenas embarcações que, de lá de cima, parecem patinhos de borracha numa banheira.
 
E nos sentamos num restaurantezinho na beira do morro, com pompa "pra inglês ver". Nada demais se não fossem os preços. Uma porção de qualquer bicho do mar não sai por menos que quarenta reais.
 
Pedimos uma cerveja "litrão", como é dito por lá. E depois outra e mais outra. A fala vai ficando mole, se liquefaz junto com os pensamentos. E de repente você tá falando sobre o que nem queria falar, o álcool acaba sendo uma espécie de "condutor" de pensamentos: transforma em palavras aquilo que a gente pensa.
 
Saímos de lá já no fim da tarde, com o corpo cansado e anestesiado pelos "litrões". Voltar pra casa de moto depois dessa maratona psicológica é para os fortes. RESULTADO: desidratação, calor, cansaço e dores pelo corpo. Mas foi bom, foi bom poder conversar mais uma vez, agora com os ânimos mais calmos.

Não sei o que dizer



Salve!!!! \o/

Sei, mô errada essa pessoa que vos escreve!!!
Não venho "escrevinho" a um tempão!!!

Foi mal, sei lá, tava sem inpiração, cabeça cheia, não que ela não esteja mais, só que não estava conseguindo me expressar ...

Engraçado, a vda te cobra! Faz vc enfrentar seus medos, seus problemas, seus preconceitos.

Encho minha boca pra falar que já passei por isto ou por aquilo e que graças essas idas e vindas me tornei uma pessoa melhor, ledo engano. Muitas vezes me deparo com uma pessoa que não gostaria de ser. Cheia de pré-conceitos, preconceitos que se importa mais com que o mundo vai falar, pensar e achar, q acabo deixando a mim mesma de lado!!!

Criação desordenada, problemas com ego, não sei ao certo, apenas sei que não gosto de ser assim ...

Não sei o que eu faço, na verdade até acho q sei, mas tenho medo de assumir as consequencias, simplesmente assumir ...

Encarar, enfrentar, lutar é tão dificil ... não quero me sentir covarde ou desistir ...

Scully uma vez disse.

"Vc não pode desistir, pq se vc desistir eles vencem" (Arquivo X - O filme Resista ao Futuro)

Tirando essas coisas q assombram minha frágil psique, tamo no regime ...

Aí 7,6Kg, loko ...

Assim muita coisa mudou, já não sinto aquela compulsão por comida, não tô sentindo fome e tô começando a ver as diferenças ... rsrsr

Mamãe operou, logo no fds q ficava sem fazer PN agora tô lavando, cozinhando e indo ao mercado, mô corre, isso ajuda pq acabo fazendo "exércicios". Mas te digo, não nasci pra vida doméstica, peço penico em uma semana. É muita coisa e um serviço sem fim ...

Demais tamo aé ...

Se cuidem até mais e

Beijo da gorda, por enquato (-7,6Kg)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Pôr do sol

Todos os dias eu vejo o pôr do sol. E ver o pôr do sol me faz refletir sobre a vida. Daqui de cima tudo parece tão calmo. As pessoas parecem tão íntegras e as ruas tão limpas. As vezes saio na sacada de madrugada só para ver as ruas, iluminadas em laranja, sinto o cheiro da solidão. A maioria das pessoas está em casa, cada qual com seus problemas, seus amores e suas dores.

A noite tem um sabor especial, misterioso, excitante, sensações que o dia não é capaz de me causar. A noite é mágica, as pessoas ficam mais interessantes, mais bonitas, mais atraentes. A noite traz em si uma grande energia sexual, pelo menos eu sinto assim. Tem um sabor e um perfume especiais.

Há quem diga que a noite é uma criança e até acho que tem algo bem real nessa frase. Tudo pode rolar durante a noite. Por isso me fascina: porque liberta um dos instintos mais primitivos: o da caça. HA HA HA. Nada mais excitante do que "caçar", do que se envolver num papo excitante, com olhares dúbios, língua que umedece os lábios, pequenos e sutis toques com as mãos. Tudo isso durante a noite. E as luzes? Ah, as luzes........tenho obsessão por luz, principalmente "meia-luz", aconchegante, sedutora, te engole viva e você nem percebe.

Nota: este post estava esquecido nos meus rascunhos há algum tempo, ia deletar mas resolvi publicar. Meu estado de espírito era outro na ocasião. Enfim, só quis dizer.

Até+

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

...por horas e horas e horas...



Andei pensando bastante no meu pai, nas coisas que ele me falaria se estivesse vivo. Que tipo de conversa teríamos ao telefone? As vezes me sinto perdida e tudo o que eu queria era que alguém me mostrasse algum caminho.

Por que é tão difícil falar sobre as coisas? Por que temos que pagar um analista pra nos dizer aquilo que já sabemos? Por que temos tanto medo do julgamento dos outros, outros que não pagam nossas contas, outros que não nos ligam pra saber como estamos, outros que não vem cuidar de nós em nosso leito de morte. Pra quê mentir, pra quê fingir, pra quê representar?

Ando me sentindo meio estranha, com uma sensação de que tá acontecendo alguma coisa ruim e que ninguém quer me contar. Tô falando das coisas na casa dos meus avós. Vejo as pessoas abrindo mão de suas vidas, de seus sonhos e pra quê? Pra nada. Porque críticas é o que mais recebemos na vida, se fosse dinheiro, eu estaria rica. Tenho que pensar um milhão de vezes antes de dizer um "a". Tenho que representar o papel que me foi dado, bem polido, educado, calmo, gentil. É assim que algumas pessoas me vêem. Já outras acham que sou o capeta encarnado, rs. E quer saber, phoda-se. Quer pensar, pensa aí, não tenho que provar nada a ninguém.

Tenho minhas pequenas doses de "meiguice", de romantismo, de fraqueza e sentimentalismo. Talvez mais do que eu queria ter. Me jogaram na cara que ajo feito uma menina mimada, é, pode até ser. Me permito ser assim, digamos, um tanto excêntrica. Há quem goste. Só porque gosto de falar na cara, preto no branco, sem "mimimi"? Deixamos passar muitas oportunidades fazendo "mimimi".

Ai sei lá, preciso dormir um pouco, essa noite dormi poucas horas. E agora tá tendo uma palhaçada de "toque de recolher", é mole? Que patifaria é essa agora? Voltamos aos anos 60, quando éramos capturados e mortos na calada da noite? Pára o mundo que eu quero descer!!!

Bom, deixa pra lá. Broxei de escrever. Meus melhores "posts" estão em outro lugar, com outras inspirações.

até+